terça-feira, 20 de julho de 2010

Pólo de Ilhéus pode ficar sem empresas de informática

Implantado para ser uma esperança de redenção da economia do Sul do Estado, o Pólo de Informática de Ilhéus, que já chegou a produzir 20% dos computadores fabricados no país, não consegue superar a crise que há dois anos atinge as suas empresas. Seis delas já deixaram a Bahia, resultando na demissão de 700 trabalhadores.

Apesar do quadro crítico e dos apelos, o empresariado local continua aguardando por uma ação do Governo do Estado, de apoio ao pólo, diante da iminência de outras empresas também se trans ferirem para outros estados. A análise é feita segundo dados do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares (Sinec), indicando que nos últimos dois anos, o Pólo de Ilhéus perdeu competitividade. O motivo inicial foi a crise econômica internacional, mas sem o apoio do Estado as empresas não conseguiram acompanhar a retomada da economia do País.

Em 2008 um total de 58 indústrias estava instalado no Pólo de Ilhéus, produzindo 200 mil computadores/mês, número que caiu para apenas 10 mil unidades, representando em 2009 um prejuízo de R$ 600 milhões. Sem o apoio do Estado, cinco delas foram para Minas Gerais e outra para o interior de São Paulo. Das que ficaram, duas conseguiram acordos judiciais com os credores para manter as suas atividades e as outras sobrevivem sem crédito e capital de giro.

De fato, os empresários que investiram na ampliação das suas indústrias e na diversificação das suas linhas de produção, ficaram sem crédito para investir na demanda projetada, já que após a crise, o Governo Federal cancelou as cartas de crédito, ou seja, a garantia de pagamento do que foi adquirido. Para tentar minimizar a situação, em dezembro de 2009, o Desenbahia, agência de fomento do governo da Bahia, lançou uma linha de crédito específica para o pólo industrial, com prazo de 24 meses, oito meses de carência e juros de 1,8% ao mês. Mas o empresariado não se sentiu atraído pelo crédito, em função dos juros altos.

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