quinta-feira, 8 de julho de 2010

Dez mulheres morrem por dia no Brasil

Estudo recente mostra que em dez anos, 36.500 mulheres foram assassinadas no País

Apesar do número de homens assassinados (92% das vítimas) ser maior que o de mulheres, o índice destas assassinadas diariamente no Brasil assusta pesquisadores e coloca o país acima do padrão internacional. A pesquisa mostra 4,2 mulheres assassinadas por 100 mil habitantes. Os resultados fazem parte do estudo Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Zangari que analisou os dados fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (Datasus), entre o período de 1997 e 2007. Infelizmente, os números não são favoráveis e deixam o Brasil com as taxas de assassinatos mais altas do que muitos países europeus.

Cerca de 50 municípios apresentam índice de mais de dez homicídios por 100 mil habitantes. Por outro lado, mais da metade das cidades brasileiras não apresentou uma única mulher assassinada em cinco anos. As diferenças entre a quantidade de homicídios de um estado para o outro é muito grande, e segundo o autor do estudo, o pesquisador Júlio Jacobo Wiaselfisz, a heterogeneidade dos homicídios no Brasil não permite encontrar um padrão que possa explicar as causas.

Considerada uma das cidades mais violentas do país, a delegada Dra. Ivete Silva Santana, Delegacia Especial de Atendimento a Mulher – Deam, considera que as mortes femininas aqui em Itabuna são bem poucas. Ela lembra que de todas as denúncias registradas na Deam nenhuma culminou em homicídio. “As mulheres precisam registrar queixa antes que aconteça algo pior”, aconselha. Do início do ano até o dia 06 de julho de 2010 foram registradas 867 denúncias “fora outros flagrantes que vêem da 6ª Coorpin ou quando a vítima não quer registrar a queixa”, ressalta. Ou seja, são 243 denúncias a mais do que no mesmo período em 2009. Esse aumento, de acordo a delegada, se deve às diversas campanhas efetuadas para conscientização da importância das mulheres denunciarem quando se sentirem lesionadas.

Segundo Dra. Ivete, entre os principais casos registrados estão a lesão corporal, ameaça, injúria e difamação. As vítimas geralmente são acompanhadas por psicólogos estagiários da FTC e assistentes sociais que prestam serviço na delegacia. De acordo a psicóloga Karen Loiola, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, a violência contra a mulher é mais uma questão cultural do que um problema de saúde mental. E as conseqüências psicológicas que esses maus-tratos causam podem trazer grandes problemas às vítimas, como sentimentos de isolamento, baixa auto-estima, dificuldades de enfrentamento, abuso de álcool e drogas, depressão, transtornos de pânico, tentativas de suicídio, e transtornos de ansiedade.

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