quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Jornal Agora ainda promete surpresas

Depois das demissões sumárias no Jornal Agora, na última segunda-feira (20), parece que as mudanças não param por aí, não. Logo no início do novo ano, o jornal também dará início a uma nova fase. A começar pela própria direção do jornal. Adervan irá, enfim, se aposentar de suas atividades do impresso e dará lugar ao novo diretor, conhecido pelo Vitrine, até então, como Juvenal, um antigo amigo de partido. Esse sim, parece que veio para mudar bastante coisa no jornal.

Em conversa reservada na diretoria, Juvenal disse que não irá firmar parceria com nenhuma prefeitura. "Prefiro ganhar pouco e pagar todo mundo do que puxar saco de políticos, perder a credibilidade jornalística e ainda assim continuar sem pagar a folha dos funcionários", disse.

Essa declaração não agradou nada, nada, o diretor comercial, Robson Nascimento. Afinal, todo mundo sabe que o salário dele na casa não passa de míseros R$ 500. O que mantém mesmo sua condição de bacana são os repasses das prefeituras e Câmara de Vereadores de Itabuna. Por isso, Nascimento já sentiu a corda ficar bamba e já mostrou descontentamento. E preocupação, claro.

Outro que pode ficar descontente é o editor político, Kleber Torres. Este jornalista também aderiu a greve na segunda-feira, mas os anos de carreira dedicados ao Agora, o impediram de entrar no corte. Porém, mais uma surpresa pode estar à frente. O mais novo contratado, e a fazer parte da lista dos vales semanais, é o jornalista, recém-demitido da assessoria da Prefeitura Municipal, Joel Filho. Segundo Joel Filho, sua função é editor político, justamente o que Torres vinha desempenhando até então, na empresa. Os rumores no Agora é que, provavelmente, Kléber venha assumir a função das jornalistas demitidas INJUSTAMENTE, ou seja, poderá passar a escrever sobre segurança, esporte e factual.

Relembrando
Insatisfeitos com os atrasos nos salários e a forma de pagamento, a equipe de redação e da gráfica do jornal Agora decidiram paralisar na última segunda-feira, a fim de, tentar um acordo e buscar direcionamento e apoio do Sindicato dos Jornalistas. Ao contrário do esperado, nada foi feito. O Sindicato não ofereceu nenhum respaldo. Abro a ressalva para dizer que os grevistas não eram sindicalizados, mas mostraram interesse em se filiar. É importante também dizer que os dirigentes do Sindicato se mostraram parciais, já que Valério Magalhães mantém forte vínculo de amizade com a filha de José Adervan, Roberta de Oliveira e, é claro, com Adervan. E o próprio Maurício Maron, que também mantém forte relação com a direção do jornal, não mostrou interesse sobre o assunto, mantendo até um bate-boca via e-mail com uma das jornalistas demitidas. Bom, o que era de se esperar de um Sindicato que não tem o costume nem o interesse de trabalhar em prol da união de sua classe e vive às custas de manter o interesse nas amizades e bajulações que melhor lhe convém, a lutar por uma causa justa que é a observância do piso salarial, da jornada de trabalho, do não acúmulo de funções, da liberdade de expressão, liberdade de movimentos grevistas, entre outros não menos importantes.

2 comentários:

  1. Começo o meu comentário parabenizando a autora da matéria, e os funcionários e ex-funcionários, do Jornal Agora.

    Primeiramente pela dedicação que tiveram no trabalho no ano de 2010 que termina nesta semana, conseguiram manter o jornal Agora bravamente, em condições precárias de trabalho, e com sobrecarga de trabalho para fazer uma revista especial do centenário de Itabuna, sem receberem nenhum centavo pelo trabalho extra, que consumiu seis meses, parabéns pela atitude heróica de lutarem pelos direitos trabalhistas sacramentado em leis.

    São heróis em fazerem greve, sem ter a intenção de badernar e provocar desordem, pois fizeram greve para receberem os salários atrasados e o 13º salário.

    Enxergo a desumanidade e ingratidão da direção do jornal, em presentear seus “colaboradores” com a demissão, praticamente às vésperas do Natal, enxergo que os membros do sindicato se preocuparam apenas, em conferir se os profissionais eram filiados e se estavam com as mensalidades em dia. E esses membros do sindicado não sentiram que essa atitude desmotiva os jornalistas em acreditarem no sindicato e não se filiam no SINJORBA. Os sindicalistas mencionados na matéria deveriam ter exigido o cumprimento das leis e terem sido humanos com trabalhadores sem salários. Lembro que o PT é o partido do Brasil e recentemente o presidente da república disse que a greve é um direito de todos os trabalhadores.

    É obvio o desespero e inocência dos funcionários do Agora, que sem o conhecimento da lei de greve, sem malícia e sem maldade, não observaram que a Justiça do Trabalho está em recesso, não foi um ato premeditado, caso contrário, teriam juntado provas, e aguardariam o fim do recesso da JT para deflagrar a greve conforme manda o manual. Com esse descuido, provavelmente a direção do Jornal Agora deve estar procurando motivos para não pagar as verbas rescisórias dos mártires dessa injustiça.
    Diante dessa situação, ficou escancarado para todos os níveis da sociedade e autoridades o descumprimento das leis por parte do Grupo Agora, que na verdade é quem tem que ser punido pelos órgãos competentes nos rigores da lei. É uma boa oportunidade para o Ministério Público do Trabalho, fazer fiscalização e verificar se esta tudo em ordem.

    Deixo algumas dicas para Juvenal, que assume o Agora. Inicie as reformas com os cortes pelos maus hábitos do tipo: pagamentos picados, não recolhimento dos encargos trabalhistas (INSS, FGTS, RAIS etc), admitir e demitir com respeito, pagar o piso salarial da categoria e tudo que é previsto pela CLT, a lei é de mão dupla. Se você não prevê nos seus planos de mudanças, cortar as permutas com anunciantes, você vai viver sem caixa para pagar o vale transporte, não despreze a genialidade do Kleber e nem o poder comercial do Robson, afinal, você pretende ser independente, vai precisar ter conteúdo para vender anúncios. Agora eu acredito que é muito difícil manter um jornal no interior da Bahia sem alguma verba da prefeitura, contratar o ex-assessor da prefeitura Joel Filho, é uma maneira de ficar próximo do paço municipal.

    Segundo a matéria você já esta dizendo que vai ficar sem fazer a folha de pagamento, observo que o a empresa é que está em debito com os funcionários e está se colocando na posição de vítima e transformando os funcionários sem salários, em vilões.

    Se um dia eu montar um jornal, a contração desses funcionários do Agora estará garantida.

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  2. Muito sábia suas considerações, amigo internauta. Mais pessoas deveriam se posicionar dessa forma. Realmente, agimos inocentemente,até pela imaturidade no assunto e falta de apoio dos próprios colegas mais experientes. Mas independentemente do tempo que isso leve, a justiça será feita, sim. Nós não deixaremos isso passar assim sem consequências maiores. A iniciativa com certeza será um marco aqui em Itabuna e esperamos que seja um incentivador para outros profissionais que trabalham sob o coronelismo, falta de ética e compaixão pela classe.
    Grata

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